Impacto do coronavírus: o que é fobia social e como superar
Muito se fala sobre os impactos da pandemia do novo coronavírus na saúde física das pessoas e na economia do país. No entanto, especialistas já notaram que, além destes tópicos, a saúde mental da população em geral também está sofrendo consequências. Pesquisadores da área da psicologia atentam para o aumento de casos de fobia social entre todas as idades.
Uma das consequências do isolamento social é a depressão e a desfamiliarização com eventos sociais. Enquanto a grande maioria das pessoas não aguenta mais ficar dentro de casa, outras encontram nesta situação a desculpa perfeita para evitar lidar com as suas ansiedades e fobias, entre elas: a socialização.
Mas você já ouviu falar sobre fobia social? Por ser facilmente confundida com uma timidez natural, muitas pessoas que são afetadas por esta condição psicológica adotam uma postura de conformidade. O fato é que, mesmo que tênue, a fobia social pode diminuir muito a qualidade de vida do indivíduo.
Na pandemia, ou fora dela, é importante estar atento para as questões relacionadas à saúde mental. Vamos nos aprofundar mais no assunto? A seguir, saiba mais sobre o que é e como superar a fobia social.
O que é fobia social?
A fobia social, também chamada de transtorno de ansiedade social, é um transtorno psicológico caracterizado pelo medo, desconforto e o sentimento de tensão nervosa ao ser exposto a situações sociais. O indivíduo é acometido por fortes crises de ansiedade que fazem com que ele evite interações sociais ao máximo.
Normalmente essa exposição está ligada a alguma forma de avaliação social. Uma pessoa com este transtorno sofre de uma insegurança muito grande que lhe traz a certeza que ela será julgada, humilhada e ridicularizada.
O indivíduo não teme as pessoas; teme o julgamento das pessoas. O caso pode se agravar a nível do indivíduo começar a criar situações hipotéticas em sua mente e enxergar acontecimentos de forma distorcida.
Esta situação o leva a se isolar socialmente, evitando, por exemplo, entrevistas de emprego, festas, apresentações escolares, e outros eventos.
Logo, ele tende a perder contato com outras pessoas, tendo dificuldade em manter amizades, iniciar relacionamentos amorosos e manter uma carreira profissional ativa.
Não existe uma idade para o desenvolvimento da fobia social, mas a maioria dos casos acontece durante a adolescência. Acredita-se que a grande causa deste transtorno seja traumas que trouxeram insegurança para a pessoa. O bullying é uma das situações mais comuns.
Sintomas do transtorno de ansiedade social
Os sintomas do transtorno de ansiedade social, a fobia social, são fisiológicos, comportamentais e cognitivos.
Uma pessoa com fobia social pode apresentar fisicamente os sintomas mais comuns da ansiedade, como sudorese, taquicardia, tremores, enjoo, boca seca, problemas gastrointestinais, gagueira e rubor. Estes sintomas normalmente se manifestam em casos de exposição.
Já os sintomas comportamentais e cognitivos estão sempre presentes. São eles:
- Isolamento social;
- Voz baixa / dificuldade para falar;
- Tiques e movimentos repetitivos;
- Inibição;
- Baixa autoestima;
- Vergonha extrema;
- Tristeza;
- Solidão;
- Depressão.
Fobia social ou timidez?
Como já dissemos por aqui, um dos grandes motivos que fazem com que o indivíduo se conforme com a fobia social é a crença de que, na verdade, ele é apenas tímido.
Precisamos deixar claro: timidez não é fobia social.
Então como saber se é fobia social ou timidez? A timidez é um traço de personalidade; a pessoa pode até se sentir envergonhada e insegura, mas isso não a impede de manter contatos sociais e realizar ações básicas do dia a dia. Algumas pessoas são naturalmente mais reservadas e não há nada de errado nisso.
O fóbico social apresenta muito mais do que estes sinais. O transtorno afeta diretamente a qualidade de vida do indivíduo e não é algo natural, mas sim desenvolvido ao longo da vida.
Como superar a fobia social
Este transtorno pode ser de difícil diagnóstico, mas assim como outras doenças mentais, é sim possível superar a fobia social.
Para muitos, até mesmo buscar ajuda profissional pode ser uma situação de alto estresse e insegurança, mas este é o primeiro passo. Caso você reconheça o transtorno em pessoas queridas à sua volta, é sempre bom se colocar à disposição e ajudá-las a encontrar um profissional.
O psicólogo irá fazer uma avaliação do caso e iniciar o tratamento mais indicado, visto que toda fobia possui grau de intensidade e pode exigir diferentes tratamentos.
No entanto, os tratamentos mais comuns incluem a psicoterapia, onde o paciente aprende a reconhecer a existência e origem de seus pensamentos negativos, e o uso de medicamentos para tratar os outros transtornos que caminham junto com a fobia, como a depressão e a ansiedade.
Coronavírus e fobia social
Mas por que a pandemia do novo coronavírus pode causar um aumento de casos de fobia social? O confinamento não é fácil, isso já sabemos, mas o que poucas pessoas percebem é que as consequências do isolamento social para alguns podem ser muito mais cruéis do que elas imaginam.
O isolamento faz com que tenhamos a tendência à inibição social, a evitar o contato com outras pessoas e o aumento significativo da depressão.
Aqueles que, até então, possuíam um grau baixo de fobia, ao não se exporem a situações sociais, podem agravar a situação. Aqueles que já tinham um grau alto do transtorno, se afundam cada vez mais na doença.
O caso é, pessoas com fobia social precisam se expor e manter contato com outros indivíduos. E mesmo em isolamento durante a pandemia, é possível fazer isso. Uma ligação de vídeo entre amigos, por exemplo, pode fazer toda a diferença.
Assim como todos os outros transtornos mentais, a fobia social exige consciência da doença, vontade e esforço para superá-la.
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