Doação de órgãos, um gesto que pode salvar vidas

Doação de órgãos, um gesto que pode salvar vidas

Ter medo da morte e evitar o assunto é normal; na verdade, procuramos sequer pensar nisso - para muita gente é mais cômodo assim. Mas, um dia, todo mundo vai embora. Há uma decisão relativa à morte que se tomada em vida, pode ajudar, melhorar ou até salvar a vida de alguém: a doação de órgãos e tecidos.

É algo que pode ser definido por cada um de nós, mas que geralmente acaba ficando nas mãos dos familiares. O que dificulta mais é que, em meio às emoções e à dor da perda, pode ser muito difícil permitir que uma médica retire partes do corpo de quem você ama. Por isso é tão importante que a pessoa que deseja ser doadora informe o desejo aos familiares.

Quando a doação é permitida?

Nossa legislação prevê que cabe à família a decisão após a morte do indivíduo. No resto do mundo, a doação acontece com o consentimento informado e o presumido, baseado no princípio de que todos são doadores de órgãos em potencial.

Nem toda morte pode permitir a doação, apenas em casos de morte encefálica, que é quando o cérebro para de funcionar e o coração continua a bater com ajuda de aparelhos. isso pode acontecer, por exemplo, com vítimas de traumatismo craniano ou acidente vascular cerebral. No caso da doação de tecidos, mesmo após a parada cardíaca é possível doar córneas, pele, ossos, entre outros.

Qual a importância de ser um doador?

Além de um ato de amor, é uma ação extremamente altruísta, uma maneira de continuar ajudando quem precisa mesmo após a morte.

Por mais que o número de doações de órgãos esteja aumentando, 44% das famílias ainda se recusam a doar os órgãos dos seus parentes, muito por conta de mitos que cercam o assunto, como questões religiosas. Muitos têm receio de que o órgão seja retirado antes da hora ou com o paciente ainda vivo.

Por isso é importante que a vontade do doador seja expressa ainda em vida. Converse com sua família, assim será mais fácil para que a decisão seja tomada na hora.

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Quem pode ser doador?

Qualquer um pode ser doador. Há restrição apenas em casos de pacientes com Aids, com tumores no órgão a ser doado ou infecção generalizada. Pessoas com alguma doença transmissível podem doar para quem possui o mesmo vírus, como em caso de hepatite. Vale lembrar que não há necessidade de um documento que comprove que a pessoa tem intenção de doar. Pessoas de todas as idades podem ser consideradas doadoras, desde que o órgão em questão esteja em boas condições para transplante. Listamos alguns outros requisitos importantes:

  • Identificação e registro hospitalar;
  • Ter o motivo do coma estabelecido;
  • Não apresentar hipotermia, hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas que agridem o Sistema Nervoso Central;
  • Passar por ao menos dois exames neurológicos que avaliem a situação do tronco cerebral; devem ser realizados por médicos não participantes da equipe responsável pelo transplante;
  • Comprovação da morte encefálica através de exames. Após identificada, o médico deve informar de maneira clara que a pessoa está morta e que seus órgãos estão prontos para a doação.

Quem receberá os órgãos?

Existe um Sistema de Lista Única baseado em critérios específicos de distribuição para cada tipo de órgão. No cadastro, são levados em conta o tempo de espera e a urgência do procedimento, assim como a compatibilidade. Posição social e poder econômico não são fatores considerados na lista de espera. Para os casos de doação em vida, o doador pode escolher quem será o receptor, tendo em vista, principalmente, o grau de parentesco.

Doação destinada à ciência

A doação de órgãos e corpos para a ciência também é uma maneira de salvar vidas. A decisão pode contribuir para o realização de pesquisas na área da saúde,a formação e aprimoramento de profissionais da área médica e o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas mais eficientes. Por mais que a tecnologia permita o trabalho com bonecos realistas capazes de reproduzir reações humanas, o contato com corpos reais é considerado infinitamente superior.

Diferentemente dos transplantes, a doação destinada à ciência depende única e exclusivamente da pessoa, que pode registrar o desejo em cartório e definir para qual instituição irá seu corpo.

Doação em vida

Existem dois tipos de doação que podem ser feitas em vida: as de órgãos duplos, como rins e pulmões e os que podem ser fragmentados, como o fígado. A lei brasileira autoriza a doação em vida ao cônjuge, familiares de até quarto grau e também pessoas sem grau de parentesco. Neste último caso, é necessária uma autorização judicial para evitar a venda dos órgãos.

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